NOVOS MERCADOS
Carne brasileira na mira: Mapa busca novos mercados contra tarifa dos EUA
Governo apresentou na Fiesp estratégias para minimizar impactos da alíquota de 50% sobre importações
FOTO: Divulgação l MAPA
Com a aproximação da entrada em vigor da tarifa de 50% sobre a carne brasileira e importações agrícolas pelos Estados Unidos, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tem reforçado o diálogo com o setor produtivo e anunciado medidas para minimizar os efeitos da taxação, especialmente sobre produtos como carne, café e suco de laranja.
Nesta segunda-feira (28/7), os secretários Guilherme Campos (Política Agrícola) e Luís Rua (Comércio e Relações Internacionais) participaram de uma reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para detalhar as ações do governo federal.
Diversificação de mercados é principal estratégia
Luís Rua destacou que o Mapa está trabalhando em duas frentes: a tentativa de negociação com os EUA e a diversificação de destinos para os produtos brasileiros. “Desde 2023, foram abertos 397 novos mercados para produtos do Brasil. Conseguimos também mais de 200 ampliações de mercados já existentes”, afirmou.
Segundo ele, embora um terço das exportações do agro vá para os Estados Unidos, alguns setores, principalmente em São Paulo, têm uma dependência ainda maior. Por isso, o governo tem buscado reordenar rotas e abrir novas oportunidades comerciais em outras regiões do mundo.
Carne é uma das cadeias mais impactadas
Entre os produtos mais afetados pela medida norte-americana, a carne brasileira ocupa posição de destaque, por sua relevância nas exportações. O setor teme os efeitos da taxação no escoamento da produção e na formação de preços internos. Para os representantes do Cosag, a atuação do governo na busca de mercados alternativos é essencial para evitar prejuízos.
FOTO: Divulgação l MAPA
Plano Safra também foi tema do encontro
Durante o encontro, o secretário Guilherme Campos apresentou ainda os detalhes do Plano Safra 2025/2026, que será o maior da história, com R$ 516,2 bilhões destinados à agropecuária empresarial. Ele pontuou que a taxa Selic de 15% ainda compromete a competitividade, mas reforçou que os recursos disponibilizados são, atualmente, uma das melhores condições de crédito ao produtor.
“Se alguém oferecer um recurso mais barato do que esse do Plano Safra, pegue, porque é um bom negócio. Dificilmente haverá recurso desse nível mais barato”, disse Campos.
Setor pede união e continuidade no diálogo
Ao final do encontro, Luís Rua reforçou que o momento exige união entre setor produtivo e poder público. O Mapa se mostrou aberto a sugestões e articulações que ajudem a mitigar os efeitos da tarifa e a garantir competitividade para o agro nacional.