Vacinação contra brucelose vai até 30 de junho em 7 estados; campanha é obrigatória em todo o Brasil
Imunização de bezerras entre 3 e 8 meses é exigida por lei federal. Em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Acre, Amapá e Mato Grosso do Sul, o prazo termina nesta segunda-feira,30.
Foto: Reprodução | Prefeitura de Barra do Piraí
A campanha de vacinação contra a brucelose segue até segunda-feira, 30 de junho, enos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Acre, Amapá e Mato Grosso do Sul. A imunização, iniciada em 1º de janeiro, é obrigatória em todo o território nacional para bezerras com idade entre 3 e 8 meses, conforme estabelece o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Nos demais estados, a obrigatoriedade permanece vigente, mas com prazos definidos localmente.
O principal objetivo é controlar a disseminação da Brucella abortus, bactéria que causa abortos, infertilidade e perdas reprodutivas nos rebanhos. Além disso, a brucelose é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para humanos, representando risco à saúde pública.
A contaminação em pessoas ocorre principalmente pelo contato direto com animais infectados ou com suas secreções, além do consumo de leite cru e derivados não pasteurizados, como queijos artesanais.
A vacina contra a brucelose é aplicada apenas uma vez ao longo da vida do animal e deve ser administrada por médico-veterinário ou auxiliar devidamente cadastrado junto ao órgão de defesa agropecuária de cada estado. Produzida com bactéria viva atenuada, a vacina exige cuidados rigorosos na aplicação, já que o manuseio incorreto pode oferecer riscos de contaminação ao aplicador.
Vacinar as fêmeas bovinas e bubalinas é uma medida preventiva essencial que contribui para reduzir os impactos da doença na saúde animal e humana, além de atender aos padrões sanitários que garantem a competitividade da pecuária nacional. A meta estabelecida pelo Mapa é vacinar ao menos 80% das bezerras dentro da faixa etária estabelecida.
Onde a vacinação está ocorrendo?
São Paulo
Em 2025, a Campanha de Vacinação contra a Brucelose no Estado de São Paulo passou a ser permanente ao longo do ano, com a etapa obrigatória no primeiro semestre encerrando em 30 de junho. A vacinação deve ser feita em bezerras de 3 a 8 meses por médico-veterinário credenciado, devido ao risco de infecção pelo manuseio da vacina viva.
Com as novas regras, o produtor não precisa mais declarar a vacinação. A responsabilidade pelo registro é exclusivamente do médico-veterinário, que deve lançar o atestado no sistema GEDAVE em até 4 dias após a aplicação.
Caso haja divergência entre o número de animais vacinados e o rebanho registrado no sistema, o produtor será notificado por e-mail para regularizar a pendência junto à Defesa Agropecuária.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo reforça que, após o prazo final, a movimentação de bovídeos será bloqueada até que a situação esteja regularizada no GEDAVE.
Entre as cidades com ações de vacinação ativas estão:
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Jundiaí – campanha reforçada com registro eletrônico da imunização.
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Valparaíso – vacinação obrigatória com uso de B19 ou RB51.
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Caraguatatuba – retomada da campanha voltada a pequenos produtores.
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São José dos Campos – aplicação gratuita promovida pela prefeitura.
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Cravinhos, Paraíso e Jaguariúna – participam da campanha estadual até o dia 30.
Minas Gerais
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) alerta que a vacinação também segue até 30 de junho. Os produtores devem registrar a aplicação até 10 de julho.
Em 2024, Minas alcançou 80,3% de cobertura vacinal e quer ampliar esse índice em 2025.
Mato Grosso
O Instituto de Defesa Agropecuária (INDEA) exige que a imunização seja feita até o dia 30. Quem descumprir o prazo pode receber multa de R$ 250,83 por animal e bloqueio de documentos sanitários. A comprovação deve ser feita até 2 de agosto.
Pará
A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) orienta os pecuaristas a vacinar as bezerras até segunda-feira e cadastrar o atestado da aplicação. A vacina é obrigatória uma única vez na vida do animal.
Acre
No Acre, a campanha é conduzida pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF) e segue até 30 de junho, com foco na imunização obrigatória de bezerras entre 3 e 8 meses. O registro da vacinação deve ser feito por um médico-veterinário no sistema oficial do órgão estadual, sob risco de bloqueio da Guia de Trânsito Animal (GTA) em caso de descumprimento.
Amapá
No Amapá, a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro) também segue o calendário nacional, com encerramento previsto para o fim do mês. Após a aplicação da vacina, o produtor deve apresentar o atestado em uma unidade da Diagro para atualização cadastral. A ação é fundamental para garantir o controle sanitário do rebanho local.
Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, a vacinação é coordenada pela IAGRO e segue o mesmo prazo: até 30 de junho. O registro deve ser feito no sistema da agência, com exigência de aplicação por profissional habilitado. A campanha reforça o compromisso do estado com a prevenção da brucelose e com a rastreabilidade sanitária da produção pecuária.
Por que a vacinação é obrigatória?
A brucelose causa abortos, nascimento de bezerros fracos e queda na produtividade. Em humanos, pode gerar febre intermitente, dores musculares e articulares. A vacinação é a principal medida de controle da doença nas propriedades e uma exigência sanitária nacional.
O que o produtor deve fazer?
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Identificar bezerras entre 3 e 8 meses.
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Contratar um médico-veterinário credenciado.
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Aplicar a vacina B19 ou RB51.
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Registrar a vacinação nos sistemas estaduais (GEDAVE, IMA, INDEA ou ADEPARÁ).
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Manter documentação atualizada para garantir movimentação e comercialização do rebanho.